Barcelos a Correr



"A actividade física pode não dar mais anos de vida mas dá, com toda a certeza, mais vida aos Anos"


04 outubro 2013

Os "jovens" atletas acima dos cinquenta

Quase todos os dias me questiono sobre os benefícios ou não da prática desportiva para lá dos cinquenta anos. É claro que as motivações e os porquês dessa prática, muitas vezes, de forma intensa diferem de uns para os outros. As razões poderão ser várias, desde o prolongar a prática iniciada em jovens, até ao escape da ociosidade em sequência da entrada na reforma. O grande problema poderá ser na intensidade de esforço que muitas vezes é sujeito o organismo desses mesmos “jovens” atletas. Não raras vezes vejo ciclistas de cinquenta e mais anos a fazerem percursos de cento e muitos quilómetros a ritmos que mais parecem de ciclistas em prova. São cada vez mais aqueles que participam em provas de BTT, com níveis de exigência física e técnica muito elevados e onde se vêm esses ciclistas a chegarem ao fim em total exaustão. Ao nível da corrida, a que estou directamente ligado, vejo atletas com 2, 3 ou 4 anos de treinos e na casa dos cinquenta anos, a fazerem todo o tipo de treino que se aplicaria a um jovem em idade competitiva, e sem olharem a qualquer tipo de restrições ou cuidados. Claro que me sinto bastante feliz por ver cada vez mais gente a fazer actividade física e desportiva e principalmente ao ar livre. Não sei é até que ponto não se está a ultrapassar limites, pois o esforço a que estão a submeter o coração está, muitas vezes, acima do que o mesmo está preparado. Muitos desses atletas não têm passado desportivo e treino que lhes permita suportar essa intensidade. Há muitos anos um médico ligado à organização de uma das muitas maratonas nos Estados Unidos, respondeu desta forma, à questão colocada sobre se não estava preocupado pelo facto de muitos dos participantes dessa maratona não terem nenhum controlo médico, “se por acaso morrer um participante na maratona, ao ver os milhares que nela participam, só por si já é mais relevante do que a possível perda por essa morte”.

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